Um cuidado pediátrico que já começa intra-útero!
No último século descobertas em relação ao genoma humano pode nos mostrar o impacto dos nutrientes sobre os genes em qualquer fase da vida. Uma nova linha de pesquisa mundial, o (Origem Desenvolvimentista da Saúde e da Doença), agrega informações de diferentes áreas do conhecimento fazendo uma interface interessante entre as ciências biológicas e a área da saúde. Através destes estudos foi demonstrado a importância dos primeiros 1000 dias de vida que são contados desde o primeiro dia de gravidez e vão até os 2 anos de idade.
Este período (1000 dias) é extremamente vulnerável tendo em vista a imaturidade do organismo do recém-nascido, crescimento e desenvolvimento acelerados e necessidade nutricional elevada.
É durante a gravidez que o organismo materno começa a se preparar para o nascimento do bebê e para a amamentação. Nesse período há o crescimento das mamas e o aumento dos depósitos de gordura para suprir as necessidades nutricionais da mãe e do filho.
A nutróloga Pediatra, Dra. Berenice Lempek dos Santos, alerta que é nos primeiros 1000 dias do bebê em que as grandes transformações acontecem. O cérebro difere da maioria dos outros órgãos, pois seu crescimento é muito acelerado nesse período. Assim, mudanças nos constituintes alimentares terão forte impacto na formação desse órgão vital. Dentre os constituintes da massa cerebral as gorduras estão em maior quantidade. Assim, mais que a quantidade de gordura consumida devemos nos preocupar com a qualidade das gorduras para o desenvolvimento cerebral adequado.
As “gorduras boas” existem! O óleo de peixe, por exemplo, deve ser consumidos regularmente pois alguns estudos já demonstraram melhora na função cognitiva de crianças onde as mães consumiam maior quantidade de óleo de peixe. Fique longe das gorduras trans, elas estão presentes em produtos industrializados e são quase inexistentes na forma natural. Esse é o único tipo de gordura proibida para consumo, mesmo em pequenas quantidades.
As modificações no período gestacional podem ser sentidas em todas as mulheres e devem trazer experiências positivas neste período de vida da mulher. Essa simbiose mãe-feto faz com que uma nutrição adequada traga benefícios para ambos. Estudos mostram que há uma afinidade entre os sabores degustados pela mãe na gestação e as preferências alimentares na época da introdução alimentar dos lactentes.
Assim, alimentares inadequados adquiridos ao longo da vida podem e devem ser modificados neste período. O consumo de grande quantidade de açúcar e o aumento do peso está associado ao desenvolvimento de diabetes gestacional e ao nascimento de bebês grandes com repercussões no parto e pós-parto. A deficiência de ácido fólico, por exemplo, durante o período pré- gestacional está implicada em malformações fetais já bem estabelecidas. Gestantes anêmicas dão á luz á bebes menores e gestantes obesas apresentam risco aumentando de hipertensão na gestação e complicações obstétricas.
Um acompanhamento nutricional adequado é importante e deve fazer parte de todo pré-natal. O peso pré-gestacional também influencia no desenvolvimento de uma gestação saudável.
O ganho de peso durante a gestação é variável e cada gestante tem o seu ganho de peso considerado adequado. Evite estimativas imprecisas, pois um ganho de peso considerado adequado para uma gestante pode ser insuficiente para outra mulher conforme reforça Dra Berenice Lempek dos Santos. O acompanhamento seriado do peso é fundamental para uma intervenção precoce e converse sobre isso com seu Obstetra.
O acompanhamento de gestantes com restrições alimentares como, por exemplo, as alérgicas, as celíacas ou as intolerantes a lactose devem ser mais frequentes e regulares. Para estas gestantes deve haver informações precisas quanto às substituições mais adequadas e assim, muitas vezes é necessário o auxílio de um profissional especializado.
Dra Berenice Lempek dos Santos deixa um alerta, também, quanto ao uso indiscriminado de polivitamínicos e suplementos alimentares sem o conhecimento médico. Esses nutrientes devem ser suplementados com cautela e sob supervisão, pois, por exemplo, a vitamina A em excesso pode ser teratogência (causa malformação fetal).
Além do cuidado com a gestante, pela nutróloga pediátrica Dra Berenice Lempek dos Santos, no ESPAÇO DE SAÚDE PEDIATRICO contamos com consultas pediátricas pré-natais. A neonatologista Dra Juliana Etchengoen está disponível para responder dúvidas dos pais de primeira viagem ou para auxiliar a família com a chegada de mais um filho, é só agendar uma consulta. Pais informados, filhos saudáveis.