Toda a gama de conhecimento abordada no artigo “Qual família nunca se preocupou com a alimentação de suas crianças?” faz parte de um conceito maior e mais abrangente chamado de Programação Metabólica, amplamente estudado nos países desenvolvidos e já dando sinais de algumas pesquisas realizadas aqui no Brasil.

O que isto significa? Significa que desde a pré-concepção (leia-se saúde materna e paterna) podemos fazer intervenções que vão refletir na saúde da criança ao longo do tempo. Ou seja, quando a vovó diz que deu leite da vaca com açúcar e farinha para todos os filhos e ninguém morreu, ela está certa, mas, todos ficaram ou obesos, dislipidêmicos, diabéticos ou hipertensos. Vão morrer ou ficar com sequelas quando a vovó já tiver morrido. Este é o conceito das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Atualmente, elas são consideradas um sério problema de saúde pública, e já eram responsáveis por 63% das mortes no mundo, em 2008, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde. Seguindo essa tendência mundial, no Brasil, em 2013, as DCNT foram a causa de aproximadamente 72,6% das mortes (SIM 2015 Ministério da Saúde).

Ou seja, no momento de planejar uma gestação já podemos estar interferindo no futuro que desejamos para nossos filhos. Lembrando que a dieta da mãe e do pai, bem como hábitos saudáveis tais como evitar o sedentarismo e o tabagismo contribuem nessa programação. A dieta da gestante e da nutriz deve ser balanceada e rica. Reforçando que o leite materno é a fonte mais rica de saúde para o bebê e fator crucial tanto no desenvolvimento saudável, quanto na aquisição de um paladar mais adequado e de uma programação metabólica com menos risco para DCNT.